Viajo em breve e estou em pânico: o que fazer?

Fim de ano é aquela coisa: amigo secreto da firma; discussões na ceia por conta de política com o parente distante; um olho na dieta, outro no panetone (ou chocotone, não vamos brigar pelas frutas cristalizadas), tudo embalado por aquele calor dos infernos que só o dezembro nos trópicos nos proporciona. E não podemos nos esquecer das viagens. De avião. Socorro! Quem tem família em outros estados ou simplesmente quer aproveitar os dias de folga do trabalho ou dos estudos para visitar uma cidade mais distante já sabe: enfrentar uma aeronave é destino quase certo, ainda mais em um país de dimensões continentais e sem trens de passageiros como o Brasil.

Vai viajar agora no fim do ano e já não há mais tempo hábil para começar aquela terapia que você vem empurrando com a barriga há meses, na tentativa de descobrir as causas do medo de voar e poder lidar melhor com ele? Calma, não é motivo para (mais) pânico. O rivotravel montou aqui uma lista de coisinhas que podem ser feitas para minimizar esse mal.

Meditação no canto do aeroporto, exercício de respiração na poltrona, mentalizações positivas, leituras relaxantes. É grande a lista de coisas que uma pessoa com pânico de voar pode fazer para afastar o medo. Falando assim parece fácil, eu sei. Mas, como panicado confesso, me solidarizo com todas aquelas e aqueles que têm aerofobia. Para ajudar vocês, consultei dois livros sobre medo de voar e conto também com minha experiência de anos de “estrada”.

E no fim dessa matéria, vou deixar links para textos já publicados aqui no site e que podem te ajudar em momentos de angústia.

Antes de começar com as dicas, digamos, especializadas, vou falar sobre as minhas, que são mais empíricas. Uma vez, por exemplo, eu ia fazer uma viagem para a Europa (ou seja, confinado muitas horas em um avião). Faltando semanas para a ida, já estava uma pilha de nervos, dessas que respondem um calmo e simpático “bom dia” com um agressivo “bom dia para quem??”. Claro que nunca fiz isso, é bom salientar, mas a vontade era grande. Aí tive uma ideia: pedi a meu marido que reunisse uma seleção de cartinhas de meus amigos, feitas especialmente para a ocasião, dizendo coisas bonitas e tranquilas, me desejando uma linda viagem etc. Algumas vieram manuscritas, outras tantas enviadas por e-mail e em seguida impressas. Até via fax teve (o ano era 2012)! Lembro que, no auge de meu medo, no meio do oceano Atlântico, abri aquele gordo envelope (ah, como é bom tem muitos amigos queridos) e fui lendo uma a uma. Me emocionei demais. Foi um bálsamo, um acalanto. Fica a dica, hein?

 
Meditação, exercício de respiração, yoga, leituras…São muitas as técnicas que panicados podem usar para controlar o medo

Meditação, exercício de respiração, yoga, leituras…São muitas as técnicas que panicados podem usar para controlar o medo

 

Ah, uma vez levei comigo num voo um livrinho chamado Minutos de Sabedoria. É uma compilação de pequeninos textos prontos a te deixar de bem com a vida. Aqui em terra firme nego três vezes que já li tal produto com a profundidade de um pires, mas, lá em cima, nos céus, ele já me ajudou algumas vezes. Como sou besta, né? Não sou capaz nem de admitir que um livro simples e sem pretensões literárias pode ser positivo. Fui dar agora uma “folheada”, usando o Google Imagens, e cai em uma página que fala sobre o poder da conversa. “Uma boa palavra, um sorriso de incentivo, um pensamento construtor são, muitas vezes, o ponto de partida para uma grande vitória”. É preciso estar atento àqueles que nos cercam. E “nos cercam”, em tempos de aviões cada vez mais cheios, é literalmente aquele que está sentado a poucos centímetros de você.

E não é que puxar um papo leve com esses desconhecidos tão próximos é justamente uma das recomendações da psicóloga Solange Signori Iamin, autora do livro Eu Voo sem Medo (editora Appris, 140 páginas)? Em seu livro, ela também sugere que panicadas e panicados tenham em mente questões como “eu não preciso me envergonhar de ter medo”, “eu posso lidar com meu medo” (nota minha: repita essa última frase como um mantra). E um ensinamento de suma importância: “não significa que eu vou morrer porque tenho sintomas de ansiedade, eles são somente sintomas de ansiedade e não de uma parada cardiorrespiratória”. Vou tatuar isso no antebraço, porque eu sempre acho que vou ter um treco de verdade.

Sobre o livrinho que citei acima, cometi um erro, gente! Fui olhar na minha estante e vi que não é Minutos de Sabedoria, e sim Atitudes Positivas. Ambos são vendidos na internet. E olha que babado: abri aleatoriamente o pequeno volume e lá estava escrito: “O meu objetivo não é diferente dos demais. Eu também almejo a felicidade. Por isso, não serei solitário, mas sim solidário, interagindo com as pessoas”. Por isso acho que fica essa resolução para 2020, amiguinhas e amiguinhos: vamos conversar com nossos companheiros desconhecidos de viagem. De repente pode até sair uma paquera, como no meu conto de estreia aqui no rivotravel, O Amor e outros Medos. Mas atenção: veja se a outra pessoa está sendo receptiva. Cuidado com situações chatas ou mesmo de abuso, hein? #respeitaasmina

 
Apesar de minha cara de pânico, esse livrinho contém pequenas textos que são maravilhosos para dar uma acalmada

Apesar de minha cara de pânico, esse livrinho contém pequenas textos que são maravilhosos para dar uma acalmada

 

Voltando a Solange Iamin, ela dá algumas dicas. Uma delas é de relaxamento.

  1. Observe quais músculos estão tensos,;

  2. Produza mais tensão naquele músculo;

  3. Segure esta tensão por três segundos, segurando também a respiração;

  4. Relaxe os músculos enquanto você expira (solta o ar) pela boca.

Ela dá ainda outras dicas de respiração:

  1. Sente-se em posição ereta;

  2. Coloque uma das mãos sobre a barriga e inale lentamente por meio do nariz;

  3. Observe seu abdômen expandir;

  4. Respire cadenciadamente;

  5. Segure a respiração por três segundos. Então, lentamente, expire pela boca, sem paradas e sem esforço;

  6. Encha os pulmões de ar e espere três segundos;

  7. Inspire novamente pelo nariz. Libere o diafragma e deixe o ar fluir para os pulmões. Sua mão vai subir automaticamente, porque as partes mais baixas dos pulmões estão cheios de ar;

  8. Segure sua respiração. Conte até três, pausadamente. Solte o ar lentamente pela boca. Segure o ar novamente por três segundos antes de inalar e conte novamente até três, pausadamente;

  9. Repita este exercício dez vezes, sentindo sua tensão diminuir por meio dessa respiração.

Achou essas técnicas muito complicadas? Quem sabe a mais adaptada a você seja a ensinada pela psicóloga Fernanda Azevedo, especialista em ansiedade. Em entrevista ao jornal O Globo, ela detalhou uma forma de se acalmar em voo. “Exercícios de respiração semelhantes aos da meditação, de inspirar e expirar por quatro segundos, relaxam, pois redirecionam o foco do passageiro. Hábitos que nos acalmam no dia a dia, desde tomar um chá de camomila até fazer uma oração, também funcionam no avião“.

 
ERROR. Não era bem esse chá (tea, em inglês) que eu estava buscando. A companhia belga nem existe mais, por sinal

ERROR. Não era bem esse chá (tea, em inglês) que eu estava buscando. A companhia belga nem existe mais, por sinal

 

Solange Iamin dá ainda outras dicas práticas, como beber bastante água — e evitar álcool, café, achocolatados e refrigerantes. Ela também recomenda se movimentar, nem que seja mudando de posição no assento a cada 30 minutos. Busque caminhar pelo avião ou faça exercícios de relaxamento. É importante também viajar com roupas cômodas, que não prendam a circulação. Uma dica importantíssima (e que vale pra mim também): não tente entender todos os ruídos que você escuta a bordo. Há pessoas no comando que passaram por treinos durante anos e têm muita experiência em aviação, e a elas foi confiado o comando da aeronave. Tenha em mente que não estamos sempre no controle (aliás, quase nunca estamos; nós, control freaks, precisamos admitir isso).

Uma recomendação mais do que válida: sonhe com o lugar para onde está indo, pense em como você irá desfrutar desse lugar (nessas horas vale a pena esquecer as discussões políticas da ceia de Natal e pensar mais na comida). E não preciso nem lembrar de levar um arsenal de coisas para se distrair: músicas, podcasts, filmes, séries, livros, palavras-cruzadas. Até álbum com fotos dos filhos, sobrinhos ou netos pequenos. Tudo que possa fazer com que você relaxe em voo e tire a atenção do medo. Contar para a tripulação sobre sua aerofobia também ajuda; acredite, já fiz isso inúmeras vezes e é ótimo.

 
Ao voar, busque leituras leves e descontraídas, pois ajudam a tirar o foco do medo

Ao voar, busque leituras leves e descontraídas, pois ajudam a tirar o foco do medo

 

Já que falei de trechos da obra de Solange, o outro livro que consultei para esta matéria foi Avião, Viaje sem Medo (editora Alaúde, 120 páginas), da psicóloga Elvira Gross. Amei que ela começa com citações “cabeça”, tais como “devemos caminhar na direção do nosso maior temor; aí está nossa única esperança”, do escritor suíço-alemão Hermann Hesse (1877-1962); e “o rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos”, do filósofo e escritor chinês Lao Tsé, do século VI a.C. Uma coisa interessante que Elvira escreveu (e que me fez pensar muito) é desistir da tentativa de ser perfeito e parar de viver se sentindo culpado. Esqueceu o presente para a afilhada em casa? Paciência, ela não vai morrer se não ganhar algo. Não fez o check-in online e vai ter de pegar uma fila enorme no aeroporto? Fazer o quê? Furar fila é que não vai, né? Pegar leve consigo mesmo é uma excelente forma de ir relaxando e já preparar o cérebro para a viagem de avião. E é bom mesmo ir se preparando: a previsão é de crescimento no número de passageiros. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o mercado doméstico brasileiro teve aumento de 3% em novembro em comparação ao mesmo mês do ano anterior, chegando à marca de 8,1 milhões de pessoas.

Elvira Gross também fala de algo aparentemente óbvio, mas que muitas vezes esquecemos: a força do pensamento positivo. O que vou dizer agora não tem relação com voar, mas dia desses eu estava dirigindo de volta para casa e o trânsito estava “daquele jeito”. Meu intestino estava me matando com cólicas terríveis. O pendrive do carro, bestialmente, começou a tocar uma música super agitada, nervosa, que me deixou aflito e com taquicardia na mesma hora. Não deu outra: a dor piorou. Desliguei (esmurrei, melhor dizendo) imediatamente o rádio para parar com aquilo. Instintivamente, comecei a cantarolar a mais odiada-que-amada Enya, aquela música do “On my way home I remember only good things” ( “Em meu caminho de casa eu penso apenas coisas boas”, em português). E repeti o verso. E repeti mais uma vez. E outra (não sei se apenas conheço esse verso ou se a música é só isso mesmo). Não vou dizer que a dor foi embora de vez, até mesmo porque Enya não é gastroenterologista e nem atende por telepatia, mas a dor melhorou uns 90% e consegui suar menos para chegar em casa. Aliás, Enya é um bom nome para manter no iPod ou celular e escutar em momentos aflitivos em antes e durante a viagem de avião.

 
Até a cantora irlandesa Enya veio parar nessa matéria. Vale a pena passar por cima do preconceito e ouvir suas músicas zen

Até a cantora irlandesa Enya veio parar nessa matéria. Vale a pena passar por cima do preconceito e ouvir suas músicas zen

 

Informação é poder, você já deve ter ouvido falar. Uma forma de amenizar os efeitos da aerofobia, afirma Elvira, é conhecer um pouco sobre como funciona um avião, como ele se mantém no ar (em resumo: como uma lata de toneladas de peso sai do chão e chega a quase mil quilômetros por hora). Ninguém está propondo que você vire um mecânico de aviões ou um comandante, mas saber o essencial ajuda a “domar a fera”, pois o ser humano costuma ter medo do desconhecido, daquilo que não lhe é familiar.

E depois de estudar minimamente como um avião se mantém no ar, não vá perder a hora da prova, digo, do voo. Nada mais estressante do que fazer tudo afobado e em cima da hora: pegar trânsito para ir ao aeroporto, filas intermináveis, controle de segurança, achar o portão de embarque, ser o último a entrar no avião e correr o risco de não ter espaço para sua mala de bordo. Tudo isso cansa e deixa o panicado ou panicada ainda mais tensa! Portanto, calcule um tempo extra em sua programação no dia da viagem. Melhor chegar cedo e ficar sentadinho num canto, quem sabe até mesmo meditando — e esse é um assunto que é tema logo abaixo.

 
Placa indica sala de meditação no aeroporto de Jacksonville, na Flórida (EUA)

Placa indica sala de meditação no aeroporto de Jacksonville, na Flórida (EUA)

 
 
Já no aeroporto de São Francisco (EUA) há um espaço destinado aos praticantes de yoga. OOOOOOOmmmmmmm…

Já no aeroporto de São Francisco (EUA) há um espaço destinado aos praticantes de yoga. OOOOOOOmmmmmmm…

 

Muitos aeroportos disponibilizam espaços tranquilos para práticas de meditação, yoga ou orações, como os de São Francisco, Dallas, Chicago e Changi, em Singapura (um querido esse último, vencedor sete vezes consecutivas como melhor aeroporto do mundo). Sobre meditação, peguei algumas dicas no ótimo site da Natura, com Carla Barrichello, gerente de bem-estar da empresa. Ela conta que meditação não é esvaziar a mente, mas desenvolver a capacidade de observação (já gostei dela, pois acho impossível esvaziar a mente, sou muito cerebral). “A prática milenar é um convite para se conectar com seu interior e estar inteiro no tempo presente, ou seja, é o contato íntimo com sua respiração. Por isso, traz muito benefícios”. Ela conta que é importante encontrar um lugar silencioso. Como nem todos os aeroportos oferecem espaços exclusivos para a prática, uma sugestão minha é procurar um cantinho vazio do aeroporto, usar tampões de ouvido, desses vendidos em farmácia, ou um bom (e caro) fone noise-cancelling. Carla prossegue: o importante é que você se sinta confortável e consiga se concentrar. Mas é necessário ficar numa postura alinhada.

A gerente de bem-estar ressalta que a grande ferramenta para o iniciante é o foco na respiração. Inspire em um segundo e expire também em um. Na sequência, vá aumentando o tempo. Inspire e expire em dois segundos. À medida que for evoluindo, será possível notar a diferença de temperatura entre o ar que entra e o ar que sai das narinas. Seu foco estará todo centrado na respiração. E quando os pensamentos vierem (e eles inevitavelmente chegam, acrescento)? “(Se) alguma questão de trabalho, por exemplo, começar a pairar na sua cabeça, imediatamente dê a ela a etiqueta “trabalho” e mande embora”. Se essa prática estiver sendo difícil para você, há ainda opções de meditação guiada. Você vai ouvindo no fone e seguindo os passos.

Sobre as meditações guiadas, com uso de fone de ouvido, quem dá a dica é a jornalista Thiana Biondo, amiga há décadas deste que vos escreve. Ela recomenda as do médico, escritor e professor de ayurveda indiano Deepak Chopra. É possível encontrar vasto material em nossa língua no Youtube, basta buscar por “Deepak Chopra meditação em português”. A proposta do indiano é centrada na afirmação segundo a qual “se compreendermos a nossa verdadeira natureza e soubermos viver em harmonia com as leis naturais, a sensação de bem-estar e de entusiasmo pela vida surgirão facilmente”. Já me sinto mais elevado só de ler isso :-)

 
“Ei, você aí? Tem aerofobia?”. O indiano Deepak Chopra pode ajudar. Dá uma busca no Google. Tem material em português

“Ei, você aí? Tem aerofobia?”. O indiano Deepak Chopra pode ajudar. Dá uma busca no Google. Tem material em português

 

Em relação à visualização positiva, encontrei muitos materiais na internet, mas como me pareceu um pouco mais complexo, seria leviano de minha parte colocar aqui algum resumo a ser seguido. Afinal, trabalhamos com responsabilidade jornalística. Se você está às vésperas de um voo, talvez seja melhor focar em outras técnicas e deixar essa para um outro momento, uma viagem aérea no futuro. Sugiro uma busca no Google em busca de sites confiáveis.

Mas se você está com muito, mas muito, mas muuuuito medo de encarar um avião, seja para uma ponte-aérea ou uma viagem intercontinental, e está a poucos dias do embarque, uma sugestão: procure um médico psiquiatra. Deixe de lado os preconceitos. Psiquiatra não é médico de doido, é médico de quem tem algum problema a ser vencido, e ponto final. E se você acha isso, que só maluco vai em um, não tem problema: não precisa anunciar em suas redes sociais que está indo se consultar com uma psiquiatra. Bota um chapéu, um par de óculos escuros e faz que nem personagem de novela quando não quer ser reconhecida (mas te garanto, ninguém vai te julgar se você for a um psiquiatra, e se julgar, problema da pessoa). Tem plano de saúde? Dá uma ligada para eles e veja se tal especialidade tem cobertura — muitas vezes os planos cobrem, ou então oferecem reembolso parcial. Está na véspera da viagem? Vire best friend da secretária, jure amor eterno, diga que está precisando muito: elas costumam ser bem sensíveis à dor alheia (afinal, lidam com ela diariamente) e certamente farão de tudo para conseguir um horário de encaixe.

E no dia e hora marcada com o médico, vá de coração aberto. Conte tudo, desabafe, chore. Ali é seu espaço para deixar as máscaras caírem, e não haverá julgamentos. É possível, a depender do caso, que você saia do consultório com uma receita para um remedinho que vai te acalmar antes e durante os voos. Eu mesmo não viajo sem meu pequeno exército salvador em formato de pílulas.

Espero que vocês tenham gostado desse meu resumão para diminuir a ansiedade e o medo de voar. Como prometi, deixo aqui embaixo algumas matérias do rivotravel que podem ser úteis.


Rir é o melhor remédio? Sim! Saiba com especialistas como o humor pode diminuir sua ansiedade. Tem até dicas de exercícios para se fazer dentro do avião.

Gosta de ouvir música? Pode ser uma boa. O exercitou-se de panicados e panicadas que usa o fone de ouvido como forma de controlar o medo é grande.

Acha que turbulência coloca em risco sua vida? Então, esses chacoalhões são realmente chatos, mas não, eles não derrubam aviões.

RivorivotravelComment