Con Altura: hit do momento mexe também com o medo de voar!
Ainda não chegou com força no Brasil, mas o furacão Rosalía já está bombando nas pistas e praias do verão do hemisfério norte. No começo dessa semana, “deu no New York Times” — é verdade, a artista espanhola foi tema de matéria do prestigioso jornal americano. E são fortes as chances desse ciclone supertropical chegar ao Brasil, pois o ritmo da nova música de trabalho da chica, “Con Altura”, tem tudo para agradar os e as ouvintes nacionais. Já é o clipe mais visto deste ano gravado por uma mulher. Acompanham a guapa na produção o colombiano J Balvin e El Guincho, nativo das ilhas Canárias (Espanha). Publicado há quase três meses e meio, já são mais de 506 milhões de visualizações do videoclipe, isso só no canal oficial da espanhola no Youtube. No Spotify, a canção já foi ouvida mais de 155 milhões de vezes. Uma música em espanhol fazendo tanto sucesso na gringa não é algo recente. “Essa é a nova ordem das coisas no mundo do pop cada vez mais diversificado, multicultural e multilingue: a linguagem não é mais uma barreira, mistura e harmonia de ritmos mundiais, colaboração entre culturas é comum e a influência do hip-hop entra por todos os lados “, escreveu o jornal.
Rosalía é uma cantora, compositora e produtora de música espanhola de 25 anos de idade, com formação em música flamenca. Con Altura é um tributo ao reggaeton, ritmo que tanto sucesso faz na América Latina.
E por que estamos falando disso aqui no rivotravel?
Apenas porque a bonita escolheu um Boeing 747 como cenário de seu clipe — se as gravações foram mesmo em um avião de verdade ou reconstruído em estúdio jamais saberemos, mas ficou perfeito. E teve direito a um trecho com turbulência e tudo. Uma parte da letra diz: “Aqui en la altura está los ventos. Ponte el cinturón e foge asiento” (algo como “aqui nas alturas o vento está forte. Coloque seu cinto de segurança e sente-se”, em tradução livre). Como não amar/panicar? Quem nunca correu pra a poltrona quando o avião deu aquela mexidinha, mesmo que de leve, bem “despacito”? Ah, e o clipe tem seu momento de “treme-treme” também, por supuesto. A cantora espanhola deve saber que turbulência não derruba avião — como escrevemos já aqui no site —, pois seguiu dançando sem se abalar. Está certíssima.
Analisando o clipe, chega dá a vontade de pegar esse voo. Primeiro que ele já começa com El Guincho pilotando o avião e Rosalía num desses telefones de comunicação interna, falando com o piloto (já pensou que lindo seria ter essa possibilidade? “Desvia dessa turbulência pelamordedeus, comandante!”). E o “pano de fundo” da cena? Uma parede coberta de rosas. Nhoimmmm ♡. Chega dá pra relaxar um pouco com uma imagem tão meiga.
Depois, a moça começa a dançar com as colegas. E haja espaço! Quem dera os atuais aviões comerciais tivessem tanto lugar livre, para se remexer e ir até o chão. Do jeito que são as coisas no mundo real, é capaz de uma simples dancinha resultar em um olho roxo no passageiro ao lado, uma trombada na bandeja da aeromoça ou, quem sabe, uma porrada de cabeça no compartimento de bagagens de mão. Mas é preciso ser justo: quem viaja na primeira classe (nem digo executiva, digo primeira classe mesmo) até que tem um espacinho a mais, né? Não tenho conhecimento de causa, só ouço falar rs. Além disso, algumas companhias aéreas que voam com o imenso Airbus A380 oferecem aos seus clientes — não aos da econômica ☹ — um bar/lounge onde as pessoas podem bebericar e conversar. Gente, para um fervo falta só uma música daquelas bem babadeiras.
Ah, um capítulo todo especial do clipe, é claro, vai para as roupitchas usadas na gravação, que estão mais para balada fervida de Nova York do que uma prosaica viagem aérea. Nada de calças velhas de moletom (adoro! Só viajo assim, bem confortável). Eu contei bem uns seis figurinos usados por Rosalía, com inspirações que vão de estampas no mais puro estilo Versace ao universo do hip hop, passando, é claro, pela Espanha natal (na verdade ela é da região da Catalunha, onde há um forte espírito separatista, é bom dizer). Questões geopolíticas à parte e voltando ao figurino, há a clássica cena do “começo a descer a escada do avião — o Boeing 747 tem dois andares — com uma roupa e chego lá embaixo já com outra”. Quem nunca se trocou todo enquanto desce uma escada, né? Nem dá pra tropeçar… Nessa parte, inclusive, aparece muito rapidamente uma aeromoça cujo uniforme é todo em látex — o efeito dominatrix é quebrado pela escolha da cor: azul clarinho.
Do meio pro fim do clipe, o clima de azaração e paquera aumenta e as luzes transformam o avião em uma verdadeira boate. Sei que alguns voos fretados já foram transformados em baladas. Já pensou que sonho? Alguns modelos de aviões mais modernos já têm até luzes coloridas internas no teto. Falta só alguém promover esse agito. Você embarca, toma uma bebida, flerta, ri, dança (sei que as normas de segurança pedem que os passageiros fiquem com cintos afivelados sempre que sentados, mas…), toma mais um drink (cuidado que a altitude potencializa os efeitos do álcool), se diverte e quando vê, acabou o voo! Fica a dica aí para as companhias aéreas. Cadê a Rosalía Linhas Aéreas?