Assustadores, mas tão bonitinhos os aviões… #04
Eita que a última edição dessa série, que nasceu para enaltecer essas belezas criadas pela humanidade, foi lá em 2020! Então, tá mais do que na hora de mais uma matéria com lindas fotos de aviões, não é mesmo? Vamos começar causando com esse…
1)
… belo pouso de um Boeing 747-8 (a Rainha dos Céus, como já falamos aqui) no aeroporto de Hong Kong, vindo de Frankfurt, na Alemanha, um dos hubs da empresa Lufthansa. Mas calma, esse fumaceiro não é fogo, não! Tá tudo bem com o avião, passageiros e tripulantes. A fumaça impressionante é fruto do enorme atrito entre os pneus do gigante dos ares e o asfalto da pista. Achei o efeito incrível, mas espero que nenhum panicado sentado nas janelas do fundo da aeronave tenha se assustado.
2)
Claramente um MD-11 da holandesa KLM, que foi uma grande cliente do modelo — dono de três motores, como pode ser visto na imagem. O azul intenso é marca registrada da companhia. Adorei que o carro que faz o pushback para tirá-lo do finger do aeroporto de Amsterdã é da mesmíssima cor. Tudo combinando, o que torna a foto mais linda ainda. A foto é de junho de 2011. A KLM já aposentou todos seus MD-11 de passageiros. O último voo do tipo foi em 2014, entre Montreal, no Canadá, e Amsterdã, com direito à tradicional despedida com carros dos bombeiros fazendo um “túnel de água” após o pouso derradeiro. Mas o modelo MD-11 segue voando, sobretudo em companhias aéreas especializadas em carga. Eu já voei duas vezes nele, mas na Varig. Foi em dezembro de1997 (Salvador — Roma) e em fevereiro de 1998, no sentido contrário. Um avião que definitivamente deixou seu legado na história da aviação comercial.
3)
Amei essa imagem assim que bati os olhos nela. Acho de uma beleza ímpar. Quase monocromática. As cores esmaecidas são quebradas apenas pelo amarelo mais intenso do winglet (essa pontinha da asa que melhora o desempenho do avião). Sou suspeito, pois eu tenho uma enorme predileção por dias nublados. O mar cinzento dá um tom melancólico. As ilhas rochosas, provavelmente inabitadas, aumentam a sensação de isolamento, em contraposição ao avião, certamente com muitos passageiros. Curioso que o ponto iluminado, o winglet, é amarelo, cor associada ao sol, que não aparece no enquadramento. Uma composição simplesmente formidável.
4)
E da calma e paz da foto anterior passamos para uma mudança radical, com esses dois aviões suíços fazendo uma exibição para lá de irada (eita que me senti em Malhação agora). Notem como eles parecem “encaixadinhos”. Obviamente estão respeitando uma distância segura, mas a lente da máquina fotográfica usada leva a crer que estão colados um no outro. Eu adoro ver imagens de caças em exibição, pois sempre penso: “se os pilotos e pilotas são capazes de fazer essas façanhas, então voar em um avião comercial é realmente seguro”. Faz sentido isso que penso? Eu acho que sim.
5)
Do moderno para o antigo. Fotografias sempre são um registro de um momento histórico, por mais banais que as ações retratadas possam parecer. Aposto que quem tirou essa foto não imaginaria que seria fruto de análise décadas depois. “Congelou” um momento do desembarque de um dos aviões da companhia americana Eastern Airlines, que voou de 1926 até 1991. Dois jovens rapazes descem do avião, nomeado Chicago Flyer, pela porta traseira do aparelho, em 1935. Notem a “precariedade” da escadinha, o formato da porta e das janelas, a baixa altura do avião. E os trajes? Naquela época (até pouco tempo atrás, aliás), viajar era um acontecimento. Era muito mais caro comprar uma passagem. E as pessoas se vestiam com suas melhores roupas. Eu, particularmente, adoro o “barateamento” dos bilhetes nas últimas décadas. Voar deveria ser para todos.
6)
Voltando à atualidade. Essa é uma foto aparentemente simples, mas me encantou por alguns motivos. Primeiro o contraste da aridez do solo (a vegetação em tons amarelos e os arbustos secos) com o azul do céu e a modernidade do avião, um enorme A380 da companhia australiana Qantas. E o ângulo captado também é um pouco desnorteante, “pegando” a aeronave de baixo e de lado.
7)
Gostou dos dois caças suíços juntinhos? Pois o que dizer dessa foto, que registou o pouso simultâneo de um 757 da United e um 777 da Air France? Arrisco dizer que o registro foi feito nas pistas paralelas do aeroporto internacional de São Francisco, nos EUA (que inclusive aparecem no último Doses Curtas, que você pode ler aqui). Pode dar um pouco de aflição nos corações panicados, mas não há como negar a beleza da cena.
8)
Geralmente achamos que os monomotores como o da foto (que muitos chamam de teco-teco) voam baixinho. Mas que nada! Os aviões que não possuem motores a jato também chegam lá no alto. Olha só o ‘mar de nuvens” emoldurado pela pequena e brava aeronave da foto? E pensar que quando eu era pequeno amava ir na janelinha justamente para ver momentos como esse…
9)
Olha o tema “fumacinha” aparecendo aqui novamente. Os pneus, esses guerreiros que aguentam um enorme tranco, geralmente são esquecidos pelos amantes e fotógrafos da aviação, que focam mais na fuselagem das aeronaves, com seus diversos tamanhos e pinturas. É curioso notar que apenas um dos pneus tocou na pista no exato momento do “clique” — o outro traseiro ainda está suspenso. Interessante também é observar as inúmeras peças engenhosamente montadas no trem de pouso, formando um intrincado quebra-cabeças. O fundo borrado dá a sensação de dinamismo. Os aviões comerciais geralmente tocam a pista ainda em uma velocidade relativamente alta, algo entre 200 e 300 quilômetros por hora. Haja firmeza das rodas!
10)
E para fechar essa edição do “Assustadores, mas tão bonitinhos os aviões…” temos esse belo registro da pista do aeroporto de Zurique, na Suíça. Acho bonito o “diálogo” entre o crepúsculo, quando não sabemos se é dia ou noite, e as luzes já acesas. Acho que uma boa foto também tem o poder de despertar dúvidas.
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E aí? Bonitas as fotos, não? Vejam também as edições anteriores. É só clicar nas imagens abaixo: