Feedback dos leitores #04 — O louco e divertido divã da caixa de comentários do rivotravel

E lá vamos nós em mais uma edição dessa série de matérias do rivotravel que faz um giro pelos comentários aqui do site (e redes sociais) para contar um pouco mais das experiências das panicadas e panicados. O tema dessa vez é: deixei de voar por medo de avião!

 
 

Na matéria “Curiosidade por desastres aéreos: isso existe e é comum entre os panicados”, temos o comentário de Rodrigo (que não assinou o sobrenome), um dos poucos relatos masculinos desses cinco anos de site (tenho minhas teorias, que incluem a masculinidade tóxica, que você pode ler em nossa matéria em duas partes, aqui e aqui). Pois bem, é raro ver um homem abrindo assim o coração, tão acostumados estamos a esconder nossos sentimentos e medos. Pois ele diz: “Acabo de cancelar uma viagem. Por medo! Medo não, pânico… Tô TÃO feliz em ter encontrado o Rivotravel, sério. Saber que não sou único nesse transtorno ó <3 E melhor é saber que, talvez, tenha saída…”.

Pois você não está sozinho, Rodrigo. Somos uma grande nação panicada.

Já um xará dele contou uma história similar em outra matéria, a “O breve piripaque do rivotravel”. “Eu me identifico tanto lendo isso. Cá estou eu, 00h18, lembrando da minha primeira, e última, viagem de avião. Junho de 2017. Senti tantas coisas que nem sei descrever, em setembro passado estava decidido a visitar Salvador, uma horinha do Recife. Não deu, tive uma crise terrível antes mesmo de comprar a passagem, estava no metrô, chorei, foi um caos.

Ainda não me sinto pronto para voar. Pior é que, todos os dias, penso nisso. Sinto que o lado profissional deve me obrigar a voar logo menos… Não sei o que farei.”.

Puxa, complicado mesmo, né? Eu já tive de voar muito a trabalho, e era sempre horrível, pois sabia que não tinha como escapar. Uma vez, em uma viagem um dia após o meu aniversário, um colega de trabalho aceitou ir no meu lugar. Foi o melhor presente que ganhei naquele ano. Chorar faz parte, em casa, no escuro do quarto, ou em um meio de transporte urbano, como foi o caso do nosso caro panicado. Já chorei em público diversas vezes e não tenho vergonha disso. Temos que normalizar isso.

Nessa mesma matéria do piripaque, temos mais um relato…de um homem! Olha, é muito bacana ver os panicados aparecendo por aqui. Homem também sofre e tá tudo bem. Veja abaixo o caso de Felipe.

 
 

Na matéria Lidando com turbulências em voos temos um depoimento curtinho, mas impactante. Analisemos: “Estou lendo tudo sobre avião pra tentar me sentir menos idiota! kkk Ganhei de aniversário uma passagem pra ver minha irmã em barcelona e não aceitei. Tenho pavor só de pensar que ficaria 11hs naquele negócio enorme! kkk “.

A pessoa não quis se identificar. Gente, negou uma cidade para uma das cidades mais lindas do mundo! Barcelona é incrível, tive a oportunidade de conhecer, e foi pagando a passagem. Se me dessem esse bilhete aéreo de graça eu pegava meu bom remedinhos em uma mão, o livrinho com mensagens positivas na outra, a mochila nas costas e o cartão de embarque entre os dentes e entrava no avião nem que fosse me arrastando de tão mole e dopado. Mas não vamos julgar a coleguinha — ou o coleguinha, visto que os homens estão marcando presença forte aqui.

Pra finalizar, vamos ler o caso de Letícia, que deixou um comentário na matéria Viajo amanhã: SOCORRO . “Aí como é difícil né …hoje meu marido está indo para Mendoza com vários casais ficar 4 dias e tipo minha passagem estava comprada e tudo e há uma semana atrás eu desisti….acreditem ….. Fiquei com medo de ficar naquele estado lastimável pré viagem e acabei desistindo …quero estar bem , empolgada …para viajar …: Será que nunca esse dia vai chegar ? Em janeiro fui para Bahia com a família mas causei tanto uma semana antes que entrei no avião quase que socada ….não é saudável né … E dessa vez preferi não ir e me tratar para na próxima eu ir … Acho que só remédio bem antes …”.

Acho que pior do que não conseguir viajar é comprar a passagem e não ter forças físicas e mentais para embarcar. Puxadíssimo. Espero que o marido da panicada tenha compreendido a situação, pois ter o apoio da família e amigos, para quem sofre de aerofobia, é fundamental.

É isso, gente. Até a próxima!


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