As piores companhias aéreas do mundo
Quem é panicado ou panicada sofre em qualquer voo, sem distinção. Agora, saber que você está para voar em uma das piores companhias aéreas do mundo deve piorar a sensação. Pois saiba que existem listas que catalogam essas empresas, divulgadas por algumas publicações especializadas. Além disso, outro parâmetro é a relação da União Europeia (UE) de companhias proibidas de voar em seu espaço aéreo. A UE divide as piores em dois grupos: aquelas que não podem nem sonhar em voar para lá e aquelas que podem, mas com restrições. Um exemplo desse último quadro era o caso da TAAG, de Angola, que por muitos anos voou para Lisboa, em Portugal, usando aviões da confiável SAA (South African Airways, da África do Sul). Atualmente, a TAAG pode voar para a Europa usando apenas certos tipos de aeronave de sua frota, como o Boeing 777—300ER.
A última lista da UE, publicada em maio deste ano, tirou os nome de todas as companhas de Benim e Moçambique — ou seja, elas estão livres para voar para a Europa. Isso deve ser uma mão na roda para passageiros destes países (o fluxo de pessoas entre as ex-colônias africanas e suas respectivas ex-metrópoles costuma ser grande). O rol das aéreas banidas é longo e inclui mais de cem empresas, muitas delas minúsculas, que voam com aviões de hélice (o famoso teco-teco) e que jamais teriam autonomia de voo para chegar à Europa. A lista é fortemente embasada em fatores técnicos, ou seja, faz uma varredura em quesitos como confiabilidade e segurança. A mais recente relação adicionou seis companhias, como a Blue Wing Airlines, do Suriname (não confundir com a alemã Blue Wings — essa é ok); e a Iraqi Airways, do Iraque.
Na lista, há empresas como a Ariana Afghan Airlines, do Afeganistão, que já esteve fora da relação no passado. Durante uma escala em Frankfurt, na Alemanha, em 2010, tive a sorte de ver um airbus da Ariana se preparando para decolar no aeroporto alemão. Amo ver aviões de países aos quais temos pouco acesso. Outros nomes incluídos na proibição europeia são Air Zimbabwe, Congo Airways e Air Lybia, apenas para citar alguns. Uma pena, pois a África é um continente interessantíssimo, e tal regulamento certamente tem impacto no turismo (e na entrada de divisas que isso traz) em dezenas de países. Mas fazer o quê? Segurança é segurança, e ninguém quer ter verdadeiros sucatões voando em seus quintais. Vale lembrar que o continente africano tem boas companhias, como a SAA e a Ethiopian Airlines — que inclusive liga o Brasil à Etiópia, com escala em Lomé, no Togo.
Um outro parâmetro para avaliar a qualidade de uma empresa é a famosa lista do Skytrax. O curioso é que a relação das gongadas inclui até mesmo companhia europeia, como é o caso da Bulgaria Air, fundada em 2002 e que voa para 26 destinos. A Skytrax elenca ainda outras empresas de uma estrela (a menor nota da escala), como Bahamasair, Biman Bangladesh Airlines e as tradicionais Cubana (inaugurada em 1930) e Iran Air (1944). Bom frisar que esta a premiação da Skytrax (que já foi tema de matéria aqui no rivotravel) é baseada em milhões de votos de passageiros, ou seja, reflete a experiência positiva ou negativa com as empresas, e não necessariamente tem ligação com a segurança de voo.
Uma outra empresa que divulga rankings com as companhias menos seguras é a Airline Rating. De 2016, ela fez os dez destaques negativos. Detalhe que nove empresas são da Indonésia. Estamos falando de empresas menores, e não da companhia de bandeira, a principal do país, a Garuda Indonesia, que possui bons parâmetros de segurança. A outra empresa listada pela Airline Rating é a já citada Blue Wing.
Mas nada de pânico (um aviso que vale pra mim mesmo). Segundo o Jet Airliner Crash Data Evaluation Center (Jacdec), 2016 foi um dos anos mais seguros da aviação, mesmo contando com grandes acidentes, como foi o caso da queda do avião que levava o time da Chapecoense para um jogo na Colômbia, em novembro do ano passado. Segundo a organização, o número de mortos em acidentes vem caindo (péssima escolha de palavra, Salvatore…). Em 2016, foram 321 fatalidades ao redor do planeta. No ano anterior, esse número foi de 521 mortes.
Ou seja, há luz no fim do túnel. É só se apegar a esta estatística — e escolher bem a companhia aérea com a qual vai fazer a viagem.