Panicado famoso — um caso que envolve aerofobia, acidente, amor, superação e uma Kardashian!

Quando minha sobrinha Nina me trouxe essa história, ontem à noite, pensei logo: uau, isso vai dar um bom stories do instagram. Mas aí parei uns segundos e vi que renderia uma bela matéria, pois reúne diversos elementos interessantes: um casal apaixonado, um acidente traumatizante, um caso de superação, um destino paradisíaco e celebridades mundialmente conhecidas. Um combo para uma boa história. Pois aí está ela.

 
(Crédito: mockup por Graphberry / edição por rivotravel)

(Crédito: mockup por Graphberry / edição por rivotravel)

 

Vamos logo para o fato. No sábado passado, Travis Barker, baterista da banda de rock americana Blink-182, embarcou em um avião pela primeira vez após um hiato de treze anos! O motivo? Curtir uns dias de férias no badalado balneário de Cabo San Lucas, no México, junto com a namorada Kourtney Kardashian. O fato curioso é que Barker não só é um panicado convicto como estava desde 2008 sem votar o pezinho em um objeto voador identificado. O que aconteceu naquele ano, mais precisamente no dia 19 de setembro? Simplesmente o artista, que já tinha medo de voar (na adolescência jurava que morreria em na queda de um avião), passou por uma experiência das mais traumatizantes. Ele estava em um jatinho que, logo após decolar da cidade de Colúmbia, na Carolina do Sul (EUA), acabou caindo após um pneu estourado e uma tentativa de decolagem mal sucedida.

E não foi um acidente qualquer. Quatro pessoas perderam a vida na ocasião: a pilota Sarah Lemmon, o copiloto James Bland, o assistente (e amigo) Chris Baker e o segurança Charles “Che” Still. O baterista tinha ainda convidado a ex-mulher para o voo, mas ela declinou o convite, alegando uma “sensação estranha” sobre abandonar os filhos. Além do trauma na alma, Travis Barker sobreviveu com outras cicatrizes, pois teve queimaduras de terceiro grau (muito sérias) em 65% do corpo. Ele prometeu nunca mais entrar em um avião.

 
À esquerda, Travis Barker em 2019 (foto: Glenn Francis / CC BY-SA 4.0); à direita, Travis tocando bateria no Blink 182 em 2016 (foto: Will Fisher / CC BY-SA 2.0); no detalhe, foto do acidente em 2008

À esquerda, Travis Barker em 2019 (foto: Glenn Francis / CC BY-SA 4.0); à direita, Travis tocando bateria no Blink 182 em 2016 (foto: Will Fisher / CC BY-SA 2.0); no detalhe, foto do acidente em 2008

 

Na época do desastre, ele estava gravando seu disco solo. Sobre a tragédia, comentou: “Sinceramente, eu achava que nunca terminaria esse álbum. Durante algum tempo, fiquei apenas me recuperando. Ninguém pensava que eu poderia tocar bateria depois de todas as cirurgias. Mas isso ficou sempre na minha cabeça. Depois que entrei no estúdio, pensei, ‘Eu posso andar agora, eu ainda posso tocar bateria. Preciso terminar isso’”, revelou Travis, que passou por 16 cirurgias e quase teve que amputar um pé. Travis chegou a viajar de navio para fazer turnês na Europa. Ele processou os donos da empresa que alugou o jatinho envolvido no acidente, bem como a companhia que produziu os pneus. O resultado do julgamento permanece confidencial até hoje.

Muito tempo passou, muitas águas rolaram, e chegou o ano de 2021. Em janeiro começaram os rumores de que ele estaria namorando com Kourtney Kardashian, uma das irmãs do famoso clã de Hollywood e que também atende como produtora, estilista e apresentadora. E parece que o negócio está sério mesmo, pois Travis conseguiu vencer (pelo menos momentaneamente) a aerofobia e embarcou para o México com a amada.

 
Ah, o amor move panicados…

Ah, o amor move panicados…

 

Nas redes sociais, ele agradeceu o apoio de Kourtney e, de forma sintética, resumiu os sentimentos: “Com você tudo é possível”, além de postar uma foto do casal na frente do avião privado. Kourtney comentou na foto dele no instagram: “tudo ao seu lado”. E a família da namorada também apoia. As irmãs Khloe (“estou a ponto de chorar” e “o amor conquista tudo”) e Kim (“o casal mais fofo do mundo”) também deixaram seus recados na foto. O amor vence barreiras mesmo, hein? No jatinho (e um baita jatinho) viajaram também a sogra de Travis (a empresária Kris Jenner) e o namorado de Kris, Corey Gamble. Uma simples viagem em família, não é mesmo? O jato é um Bombardier Global 7500 de uma das irmãs de Kourtney, Kylie Jenner, e tem o impressionante número de 22 assentos (o dobro da aeronave acidentada em 2008), além de pintura personalizada com detalhes em rosa. Ele partiram de Camarillo, bem próximo a Los Angeles, na Califórnia, em direção a Cabo São Lucas, em um voo que durou em média 3h30.

 
Detalhe do interior do jatinho de Kylie Kardashian: la vie en rose

Detalhe do interior do jatinho de Kylie Kardashian: la vie en rose

 

Fontes não reveladas ouvidas por sites com foco em celebridades disseram que Travis estava nervoso antes do vôo, mas recebeu o apoio da amada o tempo todo. “Travis demorou e definitivamente parecia um pouco nervoso. Kourtney deu muito apoio e o ajudou em cada passo do caminho. Ela o fez se sentir confortável e seguro no avião de Kylie com pilotos que eles conhecem e o grande tamanho do avião”, disse a fonte citada pelo site especializado E! Entertainment. Amigos do baterista também teriam ficado animados com o ato de superação.

Será que voar em um super confortável e luxuoso jatinho ajuda a relaxar e esquecer a aerofobia? Detalhes sobre o avião da bilionária Kylie Jenner: segundo o tabloide inglês The Sun, ele custou a bagatela de US$ 72,8 milhões, o equivalente a R$ 393 milhões. Acho que eu me sentiria tão assombrado pelo valor e pela exclusividade que até esqueceria um pouco (um pouquinho, vai) o pavor de voar. Mais: a decoração e a iluminação interior são em tons de rosa. O Bombardier Global 7500 conta com uma suíte e um enorme closet para guardar roupas.

 
Mais uma foto fofa postada pelo casal nas redes sociais

Mais uma foto fofa postada pelo casal nas redes sociais

 

Claro que a experiência de Travis é única e pessoal. Nesses mais de quatro anos escrevendo para o rivotravel (e mais de dez anos de aerofobia) aprendi que superar o medo de voar não é fácil e ninguém deve se sentir mal por fracassar, por uma, duas, três vezes ou o número de tentativas frustradas que for. Tudo faz parte de um processo complicado. Quis trazer essa história para mostrar que uma forte motivação (como a paixão) pode levar a superar alguns medos, mesmo que momentaneamente. Oferecer apoio, como Kourtney deu ao namorado, é um passo, mas não é o único. Cada um tem seu tempo, e é preciso respeitá-lo. Eu já peguei um voo “de supetão”, sem planejar e sem remédio para controlar a ansiedade, e ainda por cima estava tomado por forte emoção. Nem pensei no medo, pois sabia que tinha de fazer aquela viagem (inclusive para ir ficar ao lado de minha sobrinha Nina, olha como o círculo se fechou direitinho). Mas isso é apenas a minha experiência pessoal e não quer dizer que pode ser aplicada a todas e todos. O amor salva, mas às vezes o medo fica. E, como diz o batido bordão, “tá tudo bem”.

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