Doses curtas #01
Estava eu num avião, pousando em Salvador, vindo Deus lembra de onde, e eis que o piloto anuncia “Bem-vindos ao aeroporto internacional deputado Luiz Eduardo Magalhães”. Eu, lhoko on pills, resolvo gritar o antigo nome do aeroporto que tanto orgulha os baianos: "É DOIS DE JULHO!"
Tive zero de adesão entre meus colegas passageiros. Foi apenas uma cena deprimente.
Voo São Paulo–Nova York, via Delta (uma empresa bem OK em comparação às demais colegas americanas). Algum ponto sobre o Caribe. Madrugada. Rafael, que sempre faz juras de amor eterno e sono zero durante o voo estava, obviamente, descumprindo a promessa. Eu, entendiado/drogado, resolvo ir até o fundo do avião bater papo com a aeromoça.
Uso a desculpa de que estou esperando o banheiro ficar vago para puxar assunto e assim me acalmar um pouco. Após frivolidades iniciais, pergunto a origem dela.
Ela: “Sou de Trinidad e Tobago”
Eu: “Nossa, que legal, a capital é Port of S…..”
Ela (interrompendo): “Senhor, o banheiro já está vago”.
Foi o xixi mais merda que eu já fiz na vida. Quis morrer. Aliás, queria que ela morresse. Não naquele momento, pois certamente a morte seria por queda do avião — e eu iria junto, claro.
Ainda no voo São Paulo–Nova York, já perto de pousar no aeroporto JFK, eis que encontro uma pessoa mais surtada que eu no avião: o comissário de bordo.
(No sistema de som): “Senhoras e senhores, estamos perto de pousar no (BLÁ BLÁ BLÁ whatever). Para as garotas que quiserem dar um up na maquiagem, a hora de ir ao banheiro é essa. A dica serve para alguns rapazes também. E por favor, não insistam: não posso dar o número de meu celular”.
BIIIITCH, YOU NAILED IT
A Delta se mostrou uma companhia bem inclusiva na contratação da equipe de bordo.