7 anos de rivotravel: as viagens voltaram a pleno vapor

Mais um ano se passouuuuu (acho que existe uma música assim). Sete anos de site hoje, 17 de abril! Socorro, como o tempo passa rápido.

Olhando em retrospecto, a principal característica dos últimos 365 dias foi a consolidação da retomada dos voos, após o hiato pandêmico. Foram nada menos que 14 voos no período! Nada mal para um panicado. A exata metade foi dentro do Brasil (Campinas, São Paulo e Brasília) e a outra metade na Europa (Portugal, Espanha e Itália). No começo, eu estava fazendo matérias adoidado, afinal a animação de ganhar o mundo novamente era grande: era texto quando comprava a passagem, outro na véspera dela e mais um logo depois do voo. Porém uma hora que o editor disse: chega! E delicadamente sugeriu apenas um artigo por voo, condensando tudo. Acatei.

 
 

Com tantas viagens acontecendo, o rivotravel nas redes sociais ficou bastante ativo, arrisco dizer que mais do que nunca — sobretudo no Instagram. Aproveito para fazer um convite para quem ainda não segue: vai lá dar um follow! Tem humor, informação e eventualmente o cotidiano deste panicado em seus voos céus afora. Como foram muitas viagens ao longo do ano, o editor do site reuniu todas em uma matéria da série Arquivo Rivotravel. Então clicando no botão abaixo vocês poderão percorrer (e sofrer) junto comigo cada voo que peguei em 2023.

 

Arquivo rivotravel #09: Relatos de viagens e voos de 2023

 

Por falar em editor, uma grande mudança nesse período foi a introdução das ferramentas de inteligência artificial (IA) para compor algumas das imagens que ilustram os textos (além do tradicional uso de fotos minhas e de entrevistados, claro). Para quem não sabe, a IA funciona assim: você dá os comandos, como por exemplo “quero uma imagem de um touro como se fosse pintado por Picasso”. O site dá alguns resultados possíveis. Se não sai exatamente como o planejado, o editor vai lá e ajeita no photoshop. É mais ou menos assim. Aliás, vou deixar o editor explicar um pouco sobre essa mudança e o impacto no trabalho dele, se melhorou, se ficou mais divertido, se o leque de possibilidades aumentou etc. Com vocês as palavras de Luis Simões.

Olha, apesar de recorrer à IA em algumas matérias, parte do processo segue semelhante ao que era. Tenho uma visão, ou alguma diretriz criativa para a imagem, e vou experimentando. O que antes era feito apenas com manipulação de diferentes imagens para compor “a cara” das matérias do site, agora conta com esse “co-piloto”. Nem sempre é necessário, no entanto. Encaro mais como uma companhia eletrônica que pensa junto comigo — e que possibilita voar mais alto (encerrando com uma metáfora de aviação para agradar o escritor)

Estas foram algumas das matérias em que usamos este recurso novo (clicando nas imagens vai para a página da publicação):

Bem, de volta a Salvatore. Nesse último ano, apenas um conto foi publicado! Mas vou corrigir essa falha e o próximo texto a entrar no rivotravel será ficcional. Por falar nisso, em dias de postagem, uma coisa que não mudou foi a periodicidade das matérias (quinzenal). Não vou mentir dizendo que “tentei de todas as formas voltar pro semanal”pois seria mentira. Acho que me acomodei com essa configuração. Se a matéria festiva de aniversário de 2025 vai comemorar a volta do intervalo de sete dias entre as publicações, aí não sei.

Uma coisa positiva foi que as viagens me inspiraram, assim como muitas vezes acontece com as pessoas (escritores ou não). Várias ideias de textos que escrevi nos últimos meses vieram quando estava longe de casa, sobretudo nas semanas europeias. São frutos dessa fase criativa matérias como “Primeira fileira: lugar favorito de quem odeia voar?”, “Museus: dicas de como aproveitar ao máximo esses espaços culturais” e “Autoconhecimento: o que aprendi na vida e no medo?”.

 

Autoconhecimento: o que aprendi na vida e no medo?

 

Outras matérias que também são resultado dessa última viagem e que eu gosto bastante são “Planejamento / Improviso em viagens: uma equação difícil de resolver?” e “Viajante tipo turistão ou raiz: os dois podem conviver”. Acho que tenho especial carinho por elas pois refletem as mudanças pelas quais venho passando nas últimas décadas (sem querer entrar na seara do “evolui”. Apenas mudei). Antes eu queria planejar tudo. Hoje, só o mínimo. Tempos atrás, torcia o nariz para quem fazia a linha “turistão”, que priorizava apenas os pontos turísticos mais famosos. Agora, tento achar graça em tudo. Mas uma coisa não mudou: continuo vendo com maus olhos aqueles esquemas de “25 dias, 20 países” que algumas agências de turismo promovem. Não por ser elitista nem nada, apenas acho humanamente impossível essa gincana maluca.

 

Viajante tipo turistão ou raiz: os dois podem conviver

 

Pra finalizar, um adendo. A música que citei lá no começo existe. É “A Lua e Eu”, de Cassiano. Nela, ele diz: “Estou ficando velho e acabado”. Olha, tô quase lá. Mas quero ficar velho, acabado e viajante, rodando o mundo até onde der. Com meu amado editor do lado. Um velhinho se apoiando no outro, tirando fotos encurvados, em frente à torre Eiffel ou em um mural de grafite em Medellin.

E escrevendo pro rivotravel. Rumo ao aniversário de cinquenta anos do site!